Na etapa "Como estamos?" da metodologia ELI Conecta, realizamos um check-up do Ecossistema Local de Inovação, avaliando seu estado atual e identificando áreas de destaque e necessidade de suporte. Isso é essencial para alinhar os esforços de desenvolvimento com as capacidades e necessidades locais.
Porte do ecossistema
Classificamos o ELI com base em critérios como população, PIB local, presença de universidades e instituições de ciência e tecnologia, e quantidade de ambientes de inovação atuantes. Isso nos permite entender suas dinâmicas e necessidades específicas, classificando-os como pequeno, médio ou grande porte.
Essa classificação não apenas destaca as particularidades de cada ecossistema, mas também orienta os atores envolvidos, auxiliando no alinhamento dos esforços de desenvolvimento com as capacidades e necessidades locais.
Configuração geográfica e setorial
Na configuração geográfica, um Ecossistema Local de Inovação pode ser intramunicipal, municipal ou intermunicipal, dependendo da concentração de atividades inovadoras e recursos em determinadas zonas ou municípios. Quanto à configuração setorial, pode ser setorial, focando em um setor prioritário específico, ou intersetorial, envolvendo vários setores econômicos. A definição dessas configurações é feita pelos atores presentes nos workshops, alinhando-se com o propósito e objetivos do ecossistema.
Configuração Geográfica:
Intramunicipal: Indicado para municípios de grandes dimensões ou com zonas específicas de alta atividade inovadora.
Municipal: Apropriado para municípios com distribuição uniforme de atividades inovadoras e recursos.
Intermunicipal: Recomendado para regiões com recursos de inovação espalhados por vários municípios.
Configuração Setorial:
Setorial: Focado em fortalecer um setor específico da economia local, concentrando esforços em cadeias de valor específicas.
Intersetorial: Visando promover a inovação aberta e a transferência de conhecimento entre diferentes áreas, ou quando há variedade de setores com potencial de crescimento e inovação.
Essas configurações oferecem oportunidades para diferentes áreas de colaboração dentro do ELI, como programas de inovação, workshops de design thinking, iniciativas de inovação cívica, eventos de networking, centros de inovação, fundos de investimento, parcerias regionais, clusters de inovação, entre outros. Essas iniciativas impulsionam o desenvolvimento do ecossistema, alinhando-se com os objetivos e propósito definidos pela comunidade de atores.
Classe socioeconômica
O modelo de classificação socioeconômica dos ecossistemas combina indicadores-chave como o Produto Interno Bruto (PIB) per capita e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Essa classificação varia de 1A, representando o nível mais alto, até 5E, o mais baixo. Como exemplo:
Classe 1A e próximas: Ecossistemas com elevado PIB per capita e IDH alto, indicando uma economia robusta e produtiva, além de investimentos significativos em educação, saúde e qualidade de vida. São ambientes vibrantes e ricos, ideais para startups e grandes negócios florescerem.
Classe 3C e próximas: Representa ecossistemas em desenvolvimento, com PIB per capita e IDH moderados. Podem estar começando a colher os benefícios de seus esforços, mas ainda têm caminho a percorrer para alcançar o dinamismo das classes mais altas.
Classe 5E e próximas: Ecossistemas que enfrentam desafios significativos, como falta de financiamento, infraestrutura subdesenvolvida e baixo nível de educação ou saúde. A inovação nesses contextos foca em resolver problemas básicos e melhorar o padrão de vida da população local.
Cada classe requer estratégias específicas: "inovação contínua" para as classes elevadas, "crescimento estratégico" para as intermediárias e "transformação" para as classes inferiores. Essas estratégias visam impulsionar o desenvolvimento e o crescimento dos ELIs, adaptando-se às suas realidades socioeconômicas específicas.
Priorização de setores
O processo de priorização de setores nos ELI é uma abordagem integrada que combina análise quantitativa e qualitativa para identificar os segmentos econômicos essenciais para o desenvolvimento sustentável.
1. Análise Quantitativa:
Fontes de Dados: uma plataforma de análise e inteligência de dados (Business Intelligence - BI) utiliza dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e da Receita Federal, organizados conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).
Indicadores: PIB per capita, IDH, número de empresas, empregos formais e grandes corporações também são utilizados nesta composição.
Exclusões: Algumas divisões econômicas do CNAE são excluídas, focando em setores primários, industriais e serviços de alto valor agregado com potencial de gerar inovação.
2. Processo de Cálculo e Seleção:
Coeficiente Locacional (QL): Indicador usado para calcular a representatividade de cada atividade econômica no ecossistema.
Indicadores de Vocações Econômicas e Potenciais Tecnológicos: São utilizados para elaborar gráficos que mostram a distribuição dos Clusters de Inovação.
3. Análise Qualitativa:
Participação dos Atores: A interpretação dos dados é feita pela pessoa facilitadora e pelos atores do ecossistema, considerando seu conhecimento local.
Critérios de Seleção: Além das vocações econômicas e potenciais tecnológicos, são considerados o propósito e os objetivos do ELI.
Framework de Inovação Estratégica: Inspirado na metodologia Startup Genome, este framework avalia o desempenho dos setores global e localmente. O Framework de Inovação Estratégica do Startup Genome é uma ferramenta que divide os setores econômicos em quatro quadrantes:
Tiro Lunar (Experimentar): Iniciativas com alto potencial global, mas baixo potencial local. A estratégia é experimentar novas tecnologias emergentes.
Especialização Inteligente (Investir): Iniciativas com alto potencial tanto global quanto local. Recomenda-se investir recursos significativos nessas áreas.
Baixa Prioridade (Desinvestir): Iniciativas com baixo potencial global e local. Sugere-se desinvestir ou alocar menos recursos nessas áreas.
Vantagem Sustentada (Manter): Iniciativas com alto potencial local, mas potencial global limitado. Deve-se manter essas áreas para sustentar a inovação local.
4. Discussão e Priorização:
Contexto Territorial: Considera-se o mapeamento histórico do ecossistema, recursos disponíveis e o propósito do ELI.
Fatores Relevantes: Capacidade de absorção tecnológica das empresas, integração das cadeias de suprimentos e potencial de geração de empregos qualificados.
Este processo visa identificar clusters de inovação que impulsionem o desenvolvimento econômico e tecnológico sustentável do ecossistema, alinhado com suas características e objetivos específicos. A partir dos clusters de inovação, deve-se escolher setores específicos dentro do cluster para priorização.
Esse processo de priorização de setores é fundamental para identificar os segmentos econômicos que impulsionarão o desenvolvimento local.
Diagnóstico do ELI
O diagnóstico do ecossistema serve para rastrear seu estágio atual e para maximizar seu potencial inovador e econômico. A metodologia adotada, baseada no Prêmio Nacional de Inovação (PNI), avalia o ELI por meio de 8 fundamentos:
Informação
Inovação
Internacionalização
Investimentos
Talento
Território
Setores
Ambientes de Inovação
Cada fundamento é medido por parâmetros que abordam aspectos específicos, divididos entre Maturidade (as condições estruturantes do ecossistema) e Desempenho (os retornos e impactos observados no ecossistema).
Um formulário é utilizado para avaliar esses parâmetros, utilizando uma escala de 1 a 7. As notas são calculadas e utilizadas para elaborar um "Radar de Prosperidade" do ELI, destacando áreas de força e oportunidades de melhoria. Esse processo pode ser aplicado não apenas ao ecossistema como um todo, mas também a cada fundamento individualmente, permitindo uma análise detalhada do seu desempenho.