Chegamos à etapa de elaborar o plano de ação para alcançar nossos objetivos. Isso envolve identificar pontos de ação para fortalecer o ecossistema e impulsionar seu desenvolvimento. A análise do radar de prosperidade nos guia nesse processo, destacando áreas que precisam de maior atenção e investimento. Com base no porte e na prosperidade do ecossistema, definimos estratégias específicas.
Vale lembrar que o ecossistema, sendo complexo e adaptativo, demanda objetivos abertos a ajustes e adaptações. Isso exige métodos e ferramentas que promovam sua adaptabilidade. Uma dessas ferramentas é a metodologia dos OKRs (Objetive and Key Results), que visa gerir objetivos e metas de forma ágil e flexível.
A metodologia dos OKRs é composta por três componentes principais: Objetivo, Resultados-chave e Iniciativas. Os objetivos definem a direção a ser seguida, enquanto os resultados-chave são indicadores mensuráveis de progresso em direção a esses objetivos. As iniciativas descrevem as ações ou projetos necessários para alcançar os resultados-chave.
Os objetivos podem ser comprometidos, focados em resultados concretos e alcançáveis, ou aspiracionais, direcionando o ecossistema para metas mais visionárias. Os resultados-chave devem ser específicos, quantitativos e desafiadores, mas realistas. As iniciativas são as ações práticas que impulsionam o progresso em direção aos resultados-chave.
A metodologia dos OKRs promove a transparência, a cooperação e a adaptação, permitindo que o ecossistema defina objetivos desafiadores, mantendo-se alinhado com as condições reais. Recomenda-se um modelo de planejamento e monitoramento trimestral para acompanhar o progresso e fazer ajustes conforme necessário.
O processo de definição de OKRs envolve a revisão e validação do propósito do ecossistema, a definição de objetivos e resultados-chave, e a elaboração do plano de ação com responsáveis e cronograma de execução.
É essencial destacar que a responsabilidade pela execução das ações recai sobre os atores e pessoas atuantes do ecossistema, com o apoio da governança, mas não exclusivamente dela. O sucesso da metodologia dos OKRs depende da colaboração e do comprometimento de todos os envolvidos no ecossistema.
Canvas do ELI
O Canvas do ELI é uma ferramenta estratégica que permite visualizar, gerir e otimizar a complexidade dos Ecossistemas Locais de Inovação. Ao integrar diversas dimensões, como propósito, setores priorizados e indicadores relevantes, esse instrumento oferece uma representação do perfil atual do ecossistema. O radar de prosperidade, em particular, possibilita monitorar todos os fundamentos essenciais para avaliar a maturidade e o desempenho do ecossistema, fornecendo dados cruciais para orientar o acompanhamento do Plano de Ação.
Além disso, é incentivado o acompanhamento de outros indicadores nas dimensões socioeconômica, cultural, política, institucional e ambiental. Plataformas digitais com painéis de indicadores também podem ser úteis para esse fim, como:
Planejamento da revisão e reafirmação periódicas do modelo de governança e dos termos de compromisso
A revisão periódica do modelo de governança e dos termos de compromisso é fundamental devido à natureza evolutiva dos ecossistemas e das relações entre os atores. Mudanças rápidas e complexas, como alterações no ambiente regulatório, podem tornar os modelos de governança obsoletos ao longo do tempo. Por exemplo, a crescente importância da sustentabilidade está reformulando as expectativas e práticas de governança.
Para isso, recomenda-se acompanhar o desempenho não apenas do ecossistema, mas também da própria governança, utilizando ferramentas como análise SWOT, framework PESTEL ou Ecociclo (Ecocycle Planning) para identificar áreas que necessitam de revisão no modelo de governança.
É crucial incorporar práticas de governança que promovam a transparência, a responsabilidade e a inclusão. Mecanismos como a governança aberta, que visa promover a participação e colaboração de todos os atores, são essenciais. Vozes diversas, incluindo ONGs e representantes da sociedade civil, devem ser consideradas no processo de revisão e reafirmação periódicas do modelo de governança.