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A Girafa e o Chacal

A Girafa e o Chacal são representações de duas formas de comunicação. São metáforas utilizadas por Marshall Rosemberg para representar a maneira de estarmos nas relações.
Segundo o autor, as relações se dão em três âmbitos: o intrapessoal; o interpessoal; e o sistêmico: a) intrapessoal – a forma como falamos conosco mesmo, nosso diálogo interno que pode ser agressivo ou compassivo; b*) interpessoal* – como falamos e ouvimos o outro; e c) sistêmico – como nos comportamos em espaços públicos.
A linguagem da Girafa ativa os circuitos de recompensa do cérebro, dado que é generativa, empática e construtiva ao passo que a Linguagem do Chacal ativa os circuitos de luta ou fuga relacionados à punição, uma vez que é percebida pelo cérebro como violenta e destrutiva.
A Girafa é o símbolo da Comunicação Não Violenta, ou comunicação empática. A girafa é o animal que possui o maior coração dentre todos os mamíferos terrestres e a CNV é a linguagem do coração. O longo pescoço permite ver além dos julgamentos e partilhar essa consciência; as grandes orelhas representam o desejo e a ação de ouvir com empatia; e, os cascos representam a expressão autêntica das necessidades.
O propósito da linguagem girafa é criar uma qualidade de conexão para que possamos DAR (expressar as necessidades de forma harmoniosa) e RECEBER (estar na presença das emoções negativas do outro, sem ser atravessado por elas, permanecendo em postura empática). Assim, escutar a dor do outro de maneira empática, ajuda a compreender o que está presente, para além da sujeira da mente da pessoa.
O chacal é um animal predador, agressivo, pertencente à família das raposas. Possui um uivo que pode ser bastante incômodo para as pessoas, pois o som lembra um grito alto ou uma sirene. A metáfora do chacal representa o olhar raso sobre as coisas, a comunicação com pouca conexão, pouca amplitude e pobre de compreensão. É uma linguagem que bloqueia a conexão entre as pessoas, assumindo a forma de julgamento moralista, uma comunicação focada em avaliar o que está certo ou errado, o que é bom ou mau, correto ou incorreto. O objetivo da linguagem chacal é criticar, julgar, achar que sabe o que está acontecendo dentro do outro, interferindo em sua autopercepção. Neste tipo de linguagem, muitas vezes nos portamos como vítimas e insistimos para que nossas necessidades sejam atendidas, sem considerar as necessidades do outro, tornando-se uma comunicação pautada na exigência e desprovida de empatia. Assim, a motivação da linguagem chacal acaba sendo o medo, a culpa, a vergonha, o dever, a recompensa, a punição.

Vamos a um exemplo?

Imagine que seu chefe percebe que você atrasou a entrega de um projeto. Observe o comportamento sob a ótica do Chacal e sob a ótica da Girafa. O product manager acaba de saber que o programador perdeu um prazo importante. E, nós sabemos o efeito devastador que a perda de um prazo pode acarretar. Imediatamente ele envia mensagem ao seu liderado e diz:
Na linguagem do Chacal:
“É a milionésima vez que você atrasa a entrega do projeto. Por que você é tão desatento e tão descomprometido? Qual é o seu problema de entregar no prazo?
Note as generalizações e julgamentos desqualificantes que serão percebidos pelo cérebro como ameaça, ativando assim as estruturas relacionadas a imobilização, luta ou fuga. (Desconexão).
Se o objetivo era o de gerar comprometimento, engajamento e atenção, seria este o melhor estado? Ou o nosso líder acaba de deixar ir uma oportunidade de ouro para entrar em um feedback assertivo, levantar aprendizado, estabelecer um novo acordo e gerar novo compromisso?
Na linguagem da Girafa:
“João vejo que é a segunda vez que ocorre o atraso na entrega do projeto. Sinto-me frustrado e preocupado com essa situação, pois preciso de tempo para analisar com cuidado layout, os dados e indicadores para ser assertivo em minhas decisões. Você poderia priorizar a entrega dos projetos nas próximas vezes?”.
Observe a presença da linguagem de um fato concreto, apresentação da necessidade e a elaboração de um pedido. Sem ataque, culpabilização ou julgamento desqualificante. Como efeito, gera resultados completamente diferentes da primeira situação apresentada.

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