5.6 Sobrevivência do mais apto - Invasão do Esquilo Cinza
5.6 Sobrevivência do mais apto - Invasão do Esquilo Cinza

A Lição número 1 no Manual de Mudança Evolucionária do Coach de Resultados

Sobrevivência do mais apto: mudança social incremental e a parábola da chegada do esquilo cinza nas Ilhas Britânicas.

Nós não sabemos quando estes alienígenas peludos chegaram no Reino Unido. Pessoas sábias os rastrearam até a década de 1870, mas os nativos não notaram o perigo por um tempo. Quando a presença invasiva deles se tornou um fato em 1876, já era tarde demais. Uma enorme população de 3,5 milhões de autóctones declinou para 140 mil hoje e está próxima à extinção. Por outro lado, o número dos invasores aumentou para 2,5 milhões.

Você provavelmente já reconheceu esta história. É claro, o papel do vilão é interpretado pelo esquilo cinza oriental (mais conhecido como "esquilo cinza"), originário da América do Norte,e a vítima é o esquilo vermelho, nativo da Europa. Nós não sabemos exatamente o porquê dos esquilos cinzas terem sido introduzidos no Reino Unido, as evidências apontam em sua maioria para razões de vaidade, entre a aristocracia rural,mas desde que ocorreu, o número de esquilos vermelhos tem declinado constantemente.

O mapa abaixo mostra a distribuição de esquilos vermelhos e cinzas em 1945, 2000 e 2010. Esquilos vermelhos se recolheram às montanhas, onde parecem se adaptar melhor, e os esquilos cinzas não.

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Mas o que torna os esquilos cinza tão perigosos que eles foram nomeados "espécie invasiva" e "peste"? Eles fazem alguma coisa com os esquilos vermelhos? Não, de forma alguma. Não há nenhuma evidência de agressão entre as duas espécies. Esquilos cinza apenas são. Mas eles "são" de uma forma muito especial: eles são mais aptos ao ambiente, eles são mais aptos para o propósito ( que, neste caso, é o propósito de ser um esquilo, sobrevivendo e prosperando).

Esquilos cinza:

São maiores e capazes de manter até 4 vezes mais gordura, tornando-os mais capazes de sobreviver sob condições de inverno;

Competem de maneira mais bem sucedida pela comida e o habitat;

Podem produzir mais jovens;

Não precisam de grandes números para começar uma nova população;

Moram em maiores densidades e são menos vulneráveis à destruição do habitat ou à fragmentação;

Estocam nozes em múltiplos esconderijos, ao invés de um único, que pode ser roubado ou destruído;

Forçam os esquilos vermelhos a se mudarem para áreas menos adequadas, o que não ajuda os vermelhos a sobreviverem;

Podem carregar a versão do vírus da varíola que afeta esquilos, que é fatal para esquilos vermelhos, mas não afeta os esquilos cinzas.

Pesquisas recentes nos mostram 2 coisas: esquilos vermelhos sofrem de estresse quando os esquilos cinza entram em seu habitat. O estresse enfraquece sua resistência ao vírus da varíola. Consequentemente, os vermelhos fogem das áreas populadas por cinzas. Eles fogem para as margens - as montanhas a norte e oeste das Ilhas Britânicas. E nas montanhas os vermelhos têm uma vantagem - um predador chamado "Marta de Pinheiro". O esquilo vermelho viveu com a marta de pinheiro por dezenas de milhares de anos. Vermelhos sentem o cheiro dela vindo, e estão portanto aptos a sobreviver em habitats cheios de martas de pinheiro. Os cinzas, por outro lado, recém chegados da América do Norte, não encontraram a marta de pinheiro, não estando adaptados ao perigo. Consequentemente, martas de pinheiro matam esquilos cinza nas montanhas. O que parece estar emergindo nas Ilhas Britânicas é um novo equilíbrio onde esquilos vermelhos, apesar de terem seu número reduzido, podem viver felizes nas áreas montanhosas, coexistindo com martas de pinheiro, enquanto esquilos cinza dominam os cenários urbanos e suburbanos.

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Apesar dos esquilos cinzas serem antagonistas nesta história, eles nos ensinam uma lição importante sobre a nossa abordagem à mudança - mudança evolucionária. Implementando o Kanban, nós deveríamos tratar a organização como um habitat para dominarmos devagar e com paciência, permitindo que as estruturas, tradições e políticas atuais coexistam. Você introduz, metaforicamente, diferentes espécies, representando diferentes formas de trabalhar, e você deixa o velho jeito de trabalhar como está. Se as novas formas estão melhor adaptadas ao ambiente, então elas vão ser selecionadas: elas vão sobreviver e prosperar, e as velhas formas vão declinar, e se recolher às áreas marginais onde elas ainda podem ser superiores.

Comece com o que você faz agora, e você vai ver que o Kanban:

É maior e capaz de cobrir e melhorar mais das suas estruturas organizacionais do que qualquer outro método;

Compete de maneira bem sucedida com quaisquer fatores ambientais;

Pode produzir mais valor;

Não requer uma grande iniciativa para começar, nem centenas de pessoas engajadas;

Entrega efeitos sustentáveis, tornando sua organização menos vulnerável a circunstâncias externas;

Usa uma abordagem orientada ao serviço, onde você "kanbaniza" cada nó em sua rede interdependente de serviços, independentemente. Você não se apoia em um grande design, ou um único framework que pode provar ser frágil ou facilmente criticado;

Despercebidamente move práticas atuais para as margens, onde elas podem provar terem valor e serem eficazes, ou vão ser eventualmente esquecidas;

Carrega um vírus de mudança positiva que é fatal para métodos ineficazes de gestão de processos.

Utilizar a abordagem do esquilo cinza para introduzir mudanças te ajuda a conduzir sua organização por todo processo da maneira mais inofensiva que vemos possível.

Fonte:

https://www.kanbanmaturitymodel.com/2020/08/03/grey-squirrel-invasion-lesson-1-in-the-kanban-coachs-evolutionary-change-playbook/⁠

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Por Anna Radzikowska, tradução livre para o Português por Déborah Alvarenga

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