Fortalecimento de Sistemas Públicos de Saúde

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Prevenção de epidemias

As emergências são importantes momentos para que os serviços possam revisar as lições aprendidas a partir da reavaliação das abordagens implementadas, além de desenvolver uma estrutura que permita adoção de ações proporcionais e restritas aos riscos e de modo que interfira o mínimo possível no trânsito de pessoas, bens e mercadorias. Para isso, os municípios, estados e os países devem ser capazes de detectar, notificar e responder com eficácia, oportunamente, a qualquer nova ameaça à saúde. Para melhorar a detecção oportuna e o controle rápido das ameaças à saúde, é necessário estabelecer metas de desempenho claras, quantificar melhor as variações entre os países, identificar os fatores responsáveis por essas variações e determinar a melhora na velocidade e na qualidade da detecção e da resposta. As métricas 7-1-7, desenvolvida pela organização Resolve to Save Lives e validada pela OMS, são uma proposta de nova meta global de identificação, notificação e resposta a novos surtos suspeitos. A meta 7-1-7 estipula que os novos surtos devem ser identificados em 7 dias, notificados às autoridades em um dia e, finalmente, terem uma resposta bem estruturada em 7 dias. Com isso, em quinze dias, o surto começa a ser controlado. A meta 7-1-7 pode fornecer uma base global para prestação de contas, ser aplicada ao nível local para avaliar e melhorar o desempenho dos trabalhos de vigilância epidemiológica e servir como ferramenta para promoção de equidade na detecção com resposta adequada ao contexto local.
Principais resultados: com apoio da Vital Strategies, Recife implementa metodologia recomendada pela OMS e dobra capacidade de resposta para prevenção de epidemias. A capital de Pernambuco se tornou o munícipio com o ciclo mais completo de implementação do novo método em todo mundo. A escolha da capital pernambucana como cidade piloto foi estratégica devido à sua forte estrutura de vigilância em saúde e à sua experiência em lidar com grandes eventos, como o carnaval, que atrai cerca de 2 milhões de pessoas e aumenta significativamente o risco de disseminação de doenças.
A primeira etapa do projeto foi realizada no segundo semestre de 2022, quando foram aplicadas, de forma retrospectiva, as métricas 7-1-7 nas dez ocorrências mais recentes do município: Monkeypox, DTHA, Hepatite, Influenza, Covid-19, VSR, Sarampo, Leptospirose e Lepidopterismo. Em cada um desses casos, foi avaliado se a cidade identificou a ameaça em 7 dias, notificou em 1 e respondeu em 7. Nos casos em que esses prazos considerados ideias não foram cumpridos, a equipe da prefeitura, juntamente com a Vital Strategies, fez uma análise para identificar o porquê da demora e quais eram as oportunidades de melhorias. Entre outros fatores que poderiam contribuir com maior eficiência, foi identificada a necessidade de ampliar a digitalização do gerenciamento das ocorrências. Para substituir a entrada manual de dados e planilhas no trabalho de vigilância da secretaria de saúde do município, criou-se o software gratuito RedCap, capaz de apoiar o monitoramento de potenciais surtos em tempo real.
A ferramenta digital para coleta de informações foi aplicada num projeto piloto no carnaval de 2023. No período, foram monitorados 610 casos de doenças infecciosas, sendo 23 com alto risco de disseminação e sobre os quais foi aplicada a metodologia 7-1-7.
Quem está com a gente: Resolve to Save Lives, Prefeitura de Recife, Ministério da Saúde
Quem nos financia: Fundação Bloomberg
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