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Mario Campello
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Trabalhando por Objetivos

Falamos muito em foco em objetivos, mas também é importante termos visão de uma tática eficiente para que isso aconteça na liderança. Uma das estratégias mais vitoriosas neste assunto é a aplicação de OKRs, objectives and key results, que traduz-se em Objetivo
Naturalmente, quando se falar em trabalho de equipe, se fala em tarefas. Cada pessoa tem as suas, e a soma das tarefas executadas transformam-se em resultados de negócios. Essa maneira de encarar o trabalho é muito efetiva quando as tarefas são bem construídas e moldadas para um trabalho mais mecânico, repetitivo e constante.
Mas como lidar com a criatividade de cada um na hora do trabalho que exige decisões e apresenta dificuldades a serem dominadas?
Para entender melhor esse tipo de trabalho, vamos falar um pouco da evolução do modelo de produção que chegou a criar a cultura empresarial adotada vastamente hoje em empresas de todos os portes, a cultura industrial.

Transformação da Indústria

Em 1698, Thomas Newcomen, um mecânico inglês . O objetivo era conseguir tirar água de uma mina subterrânea com mais velocidade. Foi o início da revolução industrial, que a partir do século XVIII mudou completamente as relações de trabalho e formou o que hoje conhecemos como indústria.
Nessa época, as máquinas eram rudimentares, e serviam para auxiliar os seres humanos em algumas tarefas com o objetivo de escalar a produção. Guerras e abertura de mercados trouxeram a demanda por bens de consumo, formando-se assim o capitalismo. O que as máquinas ainda não tinham capacidade de realizar, era feito por funcionários, que trabalhavam como extensões dos equipamentos completando assim uma linha de montagem.
Daí nasce o trabalho coordenado, que tem seu pico com a chegada de redes de fast-food, que industrializam o processo de produção alimentícia para cliente final, barateiam o produto e também o custo de treinamento. Uma vez que uma pessoa só precisa olhar a máquina fazer a batata e servi-la pronta, não é necessário muito estudo, então fica fácil contratar e demitir pessoas.
A métrica de performance da indústria é eficiência do funcionário, e isso é numérico; quantas embalagens por dia, quantos hambúrgueres por hora, etc... A partir desse dado, fica simples para o empresário entender quem é ou não produtivo na sua cadeia de produção.
O problema é que essa é uma métrica de máquinas e não de pessoas.

E a criatividade?

Como se pode imaginar, no contexto industrial tradicional, não era comum contratar uma pessoa pela sua capacidade analítica e criativa, mesmo porque não havia espaço para testes e mudanças contínuas, tudo era muito rígido e processual. Mas as máquinas produziam muito mais do que as pessoas queriam comprar, e por isso nasceu a publicidade, uma forma de mostrar para mais pessoas os produtos que estavam a disposição e desaguar o incrível volume gerado pelas indústrias.
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Anúncio de carros de 1898.
Com a chegada da publicidade, outros setores criativos e intelectuais começaram a aparecer para o público comum (pessoas que não necessariamente vieram de famílias ricas que puderam pagar uma fortuna por uma educação de engenharia, por exemplo). Inovações começaram a ser mais constantes, inventores apareceram, novos modelos de negócios e um dia, computação, e no outro dia, internet, e cá estamos.
O que era limitado a um grupo seleto da sociedade agora é escancarado para cada um que queira. Fazer um curso de costura, artesanato ou mesmo contabilidade é muito mais barato hoje em dia que a 50 anos atrás, digo, muito mesmo. O que quer dizer que a ignorância que permeava a vida das pessoas comuns no século XVIII ficou mais escassa, e as pessoas começaram a procurar trabalhos que valorizem suas capacidades intelectuais.
Mas o modelo de trabalho não evoluiu da mesma forma. Ainda hoje temos a tendência de passar tarefas, dizer o que e como deve ser feito aquele trabalho, gerenciar pessoas para que ajam de certa maneira, comportem-se e vistam-se conforme os padrões (quase industriais) das empresas. Isso é a fórmula perfeita para gerar stress em equipes com demandas intelectuais. Falta o incentivo à criatividade.
...a ignorância que permeava a vida das pessoas comuns no século XVIII ficou mais escassa, e as pessoas começaram a procurar trabalhos que valorizem suas capacidades intelectuais.

Objetivos de negócios

Você como chefe tem acesso aos objetivos da empresa, conhece as aspirações dos investidores e a transformação que oferecem para a sociedade. Você também sabe que seu time é formado por pessoas bem selecionadas, que passaram por processos seletivos profundos, iguais ao que provavelmente você enfrentou para estar na sua posição. E junto com isso, conhece as frustrações que passou até chegar no seu cargo.
Vamos enumerar algumas frustrações que são comuns e ver se você se identifica:
Falta de reconhecimento
Pouca liberdade para testar
Alta demanda de trabalho
Ordens sem justificativa
Grosseria e falta de empatia por parte de chefes
Falta de transparência e propósito.

Se você se identificou com algum dos problemas listados, parabéns, você é parte de 99% da população e sofre como todos nós. Eu estou aqui para te dizer que você tem a capacidade de evitar que outras pessoas sofram com isso procurando aprender sobre um formato de liderança que tem respeito como base ética.
Vamos ver como demandar criatividade, agilidade e proatividade no seu time com uma estratégia muito simples, porém super eficaz. OKRs.

OKRs

Conteúdo adaptado do livro .
Bem prático. Um objetivo é algo concreto, que precisa ser alcançado pela empresa, time ou pessoa. Não se preocupe com o como, foque no cenário a ser buscado. Vamos ver alguns exemplos:
Ser reconhecido como autoridade no instagram
Expandir as operações para outro estado
Treinar todos os funcionários novos em menos de 3 semanas.

Alguns objetivos podem ter previsões numéricas, outros não, mas é importante saber que todo objetivo deve ser revisto após algum período, normalmente a cada 3 meses.
Um resultado esperado é uma métrica, algo que define o sucesso do objetivo. Por definição, um objetivo é alcançado quando seus resultados esperados são atingidos, por isso é importante pensar bem nos resultados uma vez que a sua soma deve invariavelmente, definir o objetivo como alcançado.
Um objetivo tem de 3 a 5 resultados esperados. Vamos estruturar com o nosso primeiro exemplo de objetivo.
Ser reconhecido como autoridade no instagram
Alcançar 10.000 seguidores
Ter mais de 5% de seguidores engajados
Ter participação média de 20 pessoas nas lives.

Veja que os resultados esperados são mais específicos, e definem métricas para serem alcançados. Agora vamos entender como medir estes resultados pegando o primeiro como exemplo:
Ser reconhecido como autoridade no instagram
Alcançar 10.000 seguidores
Métrica: 10% a cada 1000 seguidores.

Partindo por essa métrica, se conseguirmos 6000 seguidores, teremos 60% do KR realizado, já, se conseguirmos 11.000 seguidores, teremos 110% do KR realizado. Como aplicamos isso?
Se o resultado foi abaixo de 80%, temos uma falha
Se for entre 80% e 90% temos uma excelência
Se for 100% ou acima, o KR foi projetado errado, muito fácil.

OKRs devem ser factíveis, mas aspiracionais. Dá pra fazer 100%, mas com muito esforço. Dá pra fazer 80% com esforço habitual.
Essa estratégia é eficiente para mudar a mentalidade para uma visão mais voltada a objetivos e trazer para os funcionários uma liberdade criativa necessária para que se desenvolvam a partir de desafios reais, e colham os frutos.

Sobre o autor:

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Mario Campello é empreendedor serial, já teve duas empresas e diversas iniciativas, tendo entregue mais de 100 produtos nos 20 anos de vida profissional.
Hoje transmite essa experiência em cursos e palestras.
Entre em contato pelo e-mail

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