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Malês (muçulmanos de origem africana que trouxeram grande parte da sua organização ritualística e de resistência espiritual)Mussurumins (outro termo que também remete aos muçulmanos africanos, que influenciaram práticas e cantos de algumas casas de nação)Lunda-Kioko (etnia de origem bantu, diretamente ligada à ancestralidade de Tata Tancredo e aos fundamentos trazidos da Angola)
Umbanda Omolokô
O Omolokô é uma vertente da Umbanda de forte influência afro-brasileira, que nasceu da fusão entre os fundamentos da Umbanda tradicional e os conhecimentos profundos dos cultos de nação africana, principalmente da nação LUNDA-KIOKO.
Sua história foi preservada principalmente por meio da transmissão oral, de sacerdote para sacerdote, o que manteve viva a essência dos seus rituais e fundamentos.
No entanto, o número reduzido de ancestrais provenientes dessas nações que chegaram ao Brasil, comparado a outros povos africanos, fez com que o conhecimento sobre o Omolokô fosse menos difundido e acessível, ficando restrito a poucos iniciados.
Essa condição histórica, somada à centralização dos saberes nas mãos de poucos sacerdotes, contribuiu para que o Omolokô não fosse amplamente reconhecido ou compreendido pelas demais nações e vertentes afro-brasileiras contemporâneas.
Ainda assim, o Omolokô segue firme, carregando a força, a ancestralidade e o axé de um saber profundo, que honra a espiritualidade dos povos que o originaram e que, hoje, continua a ser transmitido com zelo e responsabilidade pelos poucos, mas dedicados, representantes dessa tradição.
Tata Ti Inkice
Tata Tancredo da Silva Pinto
Tata Tancredo da Silva Pinto, mais conhecido como Tata Ti Inkice, foi uma das figuras mais importantes para a consolidação e preservação da vertente Omolokô no Brasil.
Sacerdote de origem Lunda-Kioko (povo de matriz bantu), Tata Tancredo foi iniciado no Candomblé de Angola e, ao longo da vida, desenvolveu um trabalho que unificava os fundamentos da nação com as práticas da Umbanda, criando uma linha própria, com forte fundamento de raiz africana: o Omolokô.
Seu terreiro, localizado no Rio de Janeiro, se tornou uma referência para muitos que buscavam aprender e compreender a espiritualidade de matriz africana com base séria e tradicional. Tata Tancredo era conhecido por sua firmeza no conhecimento das energias de nkises (forças da natureza e divindades de origem Lunda-Kioko) e pela sua preocupação com a preservação dos fundamentos sagrados.
A própria expressão "Omolokô", que significa "filho do mundo" ou "filho da terra", foi difundida a partir de seu trabalho, marcando a identidade dessa vertente como uma expressão única dentro do universo das religiões afro-brasileiras.
Tata Tancredo sempre destacou a importância da raiz, da oralidade, do respeito às tradições e da disciplina espiritual, valores que até hoje são pilares para as casas de Omolokô que seguem sua linhagem e seus ensinamentos.
Origem do nome
Como dito anteriormente, Omolokô foi o nome introduzido por Tata Tancredo da Silva Pinto, significando “filho do mundo” ou “filho da terra”, em referência à origem plural e universal da vertente.
Porém, além desse significado literal, o termo carrega também um sentido mais profundo. "Omolokô" é considerado um anagrama cabalístico, construído de forma a representar os quatro elementos fundamentais da natureza: Terra, Água, Fogo e Ar e às nações que influenciaram diretamente a formação do Omolokô no Brasil, sendo elas:
O - Água
M - Males/ Mussurumins
O - Terra
L - Lunda
O - Fogo
K - Kioko
O - Ar
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